Fernando Sarney deve assumir interinamente a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após decisão da Justiça do Rio de Janeiro que determinou, na tarde desta quinta-feira (15), o afastamento de Ednaldo Rodrigues do comando da entidade. A medida ocorre em meio a uma disputa interna e judicial, marcada por suspeitas sobre a validade do acordo que sustentou a permanência de Ednaldo no cargo, revelada pelo portal LeoDias nas últimas semanas.
A trajetória de Fernando Sarney na CBF começou em 1998, quando assumiu o cargo de diretor de relações governamentais durante a gestão de Ricardo Teixeira. Desde então, ocupou posições de destaque nas administrações de José Maria Marin, Marco Polo Del Nero e Rogério Caboclo. Em 2015, passou a integrar o Comitê Executivo da FIFA, após a saída de Del Nero em decorrência de investigações conduzidas pelo FBI.
Além de sua atuação na CBF, Fernando Sarney é empresário e proprietário do Sistema Mirante de Comunicação, um conglomerado de emissoras de rádio e televisão no Maranhão. Ele é filho do ex-presidente da República José Sarney e de Marly Sarney, e irmão da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney e do ex-deputado federal José Sarney Filho. Graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1978, Fernando também foi condecorado como Comendador da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal em 1987.
A ação que resultou na saída de Ednaldo foi movida por Fernando Sarney e questiona a autenticidade da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, em um acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro deste ano. O documento foi fundamental para a validação da eleição de Ednaldo Rodrigues, mas agora está sob suspeita. Sarney, que também assinou o acordo, sustenta que há indícios de falsificação.
Com o afastamento, Fernando Sarney deve assumir o comando da CBF de forma temporária até que novas eleições sejam organizadas. Ele já apresentou proposta para convocar um novo pleito com a participação das federações estaduais, visando restabelecer a normalidade institucional dentro da entidade. A Justiça ainda analisará os prazos e procedimentos para a sucessão definitiva na presidência da CBF.
O movimento ocorre dias após a contratação do técnico Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira ser anunciada por Ednaldo. A escolha foi criticada por Fernando Sarney, que a classificou como uma tentativa de desviar o foco da crise. Na mesma data, Coronel Nunes desmarcou uma audiência na qual prestaria esclarecimentos sobre o acordo, alegando problemas de saúde. A ausência reforçou os questionamentos sobre a legalidade do documento, agora decisivo na queda de Ednaldo Rodrigues.
